Martim AFONSO De
sousa
•Martim
Afonso de Sousa (1500-1571) nasceu em Vila Viçosa, Portugal, na época das
grandes navegações. De família nobre, foi amigo de Dom João, quando crianças.
Estudou matemática, cosmografia e navegação. Com a morte do rei Dom Manuel, Dom
João III torna-se rei. Designa o amigo Martim para acompanhar Dona Leonor,
viúva de
Dom
Manuel, que regressava à Castela, sua terra natal.
•Em
1530 foi organizada a primeira expedição colonizadora, chefiada por Martim
Afonso de Sousa que comandou cerca de 400 pessoas, distribuídas em cinco
embarcações. Havia tabeliães e oficias de justiça para impor a lei, padres e
soldados. Trouxeram munição, tecidos, ferramentas, plantas, animais e
utensílios domésticos.
•Sua
missão era combater os franceses, explorar riquezas, principalmente na região
do rio da Prata, e organizar núcleos de povoamento e defesa.
•No
Brasil, na costa pernambucana, combateu os franceses que contrabandeavam
pau-brasil, tomando-lhes os navios, que foram incorporados à esquadra
portuguesa.
•Dom
João III resolve oficializar e ampliar as doações, dividindo o Brasil em
capitanias hereditárias. Em 1532, por carta, Dom João nomeia Martim Afonso
donatário da capitania de São Vicente, atual Rio de Janeiro. A distribuição do
restante das terras foi feita entre os anos de 1534 e 1536. A plantação da cana
de açúcar é iniciada em várias capitanias. O açúcar era produto raro na época,
e de grande aceitação na Europa.
•A
dificuldade de mão de obra e a necessidade de grandes recursos para instalação
de engenhos fez muitos donatários fracassarem. Apenas duas capitanias
prosperaram - São Vicente e Pernambuco. A de São Vicente graças aos esforços de
Martim Afonso, João Ramalho e com o auxílio do Reino. A vila de São Vicente
prosperava, mas era constante a ameaça dos índios.
•Martim
Afonso de Sousa volta ao Reino em meados de 1533. No ano seguinte foi nomeado
capitão-mor do mar das Índias. Teve atuação importante no combate aos corsários
que saqueavam as embarcações portuguesas. Defendeu as feitorias dos ataques dos
mouros. Deu proteção ao rei de Cochim, ameaçado pelo marajá de Calicute.
Em 1541 é nomeado por Dom João III, governador das partes das Índias, onde
permaneceu até 1545. Voltou para Portugal, onde passou seus últimos anos de
vida.
•Morreu
em Portugal em 1571 e foi enterrado no convento de São Francisco
Capitanias hereditárias
•As Capitanias Hereditárias representaram
um sistema implementado pela Coroa Portuguesa com o intuito de povoar as terras
brasileiras e protegê-las das invasões estrangeiras. No entanto, o sistema de
capitanias fracassou por falta de recursos, abandono, ataques indígenas e outros
problemas. Entretanto, duas delas prosperaram, São Vicente e Pernambuco, com a
produção açucareira.
•De
início, foram quinze beneficiários agraciados com capitanias no território da
colônia portuguesa. Os escolhidos eram membros da baixa nobreza portuguesa
que a Coroa acreditava terem condições para a empreitada de colonização. Esses
nobres foram denominados donatários e representavam a autoridade máxima da
capitania. O donatário não era dono, mas deveria desenvolver a capitania com
recursos próprios, responsabilizando-se por seu controle, proteção e
desenvolvimento. Juridicamente, se estruturava o controle da capitania através
de dois documentos: Carta de doação e carta foral.
•Para
tanto, em 1548, a Coroa Portuguesa comandado por Dom João III, resolve
implementar um sistema paralelo às Capitanias, para consolidar o poder e a
administração colonial bem como proporcionar o desenvolvimento econômico da
região; esse sistema foi denomi
•Tomé
de Sousa, escolhido pela Coroa Portuguesa, chegou ao Brasil em 29 de março de
1549 na Vila do Pereira, Bahia. Ele criou o primeiro bispado do Brasil (posto
concedido ao bispo dom Pero Fernandes Sardinha) e os cargos de capitão-mor,
ouvidor-mor, alcaide-mor e provedor-mor, com intuito de dividir o trabalho
administrativo, econômico, jurídico e militar. Durante seu governo, incentivou
a produção açucareira, cedeu terras aos colonos e fundou as câmaras municipais.
•O
sistema foi bom para a Coroa, que amealhava os lucros, mas nem tanto para os
donatários. Estes enfrentavam desde o início grandes dificuldades, tendo de
desenvolver a colônia com poucos recursos, prejudicados pela distância de
Portugal e fustigados por ataques indígenas.
•Por
conta dessas dificuldades, o modelo não funcionou como o esperado. Vingaram
apenas duas Capitanias: Pernambuco e São
Vicente.
O fracasso do modelo não fez com que a Coroa mudasse seu posicionamento e a
estrutura administrativa da colônia. A abolição da hereditariedade foi o
primeiro passo nesse sentido, ocorrendo apenas em 1759, definido pelo Marquês de Pombal.
•As
capitanias hereditárias existiram até 1821. À medida que iam fracassando,
voltavam às mãos da Coroa Portuguesa e eram redimensionadas, gerando novas
estruturas de administração. O ato de redimensionar as fronteiras das
capitanias hereditárias moldou alguns estados litorâneos atuais.
•Finalmente,
diante dos problemas de administração, a Coroa portuguesa resolve, em 1548,
centralizar o poder e nomear um governador geral (Tomé
de Sousa)
para o Brasil, iniciando uma nova fase da história colonial brasileira.